Durante a pandemia e com os recentes vazamento de dados, cresceu muito o número de fraudes de empréstimos consignados. Os golpistas utilizam o número do INSS e demais dados de aposentados para tomar estes empréstimos.
No artigo de hoje vamos te explicar: como funciona esse golpe, como saber se você foi vítima, como se prevenir e o que fazer caso tenha sido vítima.
O que chama a atenção neste golpe é que, como muitas vezes as parcelas dos empréstimos são muito pequenas, os aposentados nem percebem o problema, por isso é tão importante tomar os cuidados que traremos neste artigo.
E se você tem alguém próximo que seja aposentado, ajude, confira se está tudo certo.
Como funciona o golpe?
De acordo o site Consumidor.gov.br, em 2021, cresceu em cerca de 126% o número de fraudes com empréstimos consignados registradas, ou seja, pode haver muitas outras que sequer foram descobertas.
Há basicamente três maneiras de o golpe ocorrer:
1 – Os criminosos, se passando pelo banco, ligam ou enviam whatsapps para o aposentado oferecendo um empréstimo com condições muito vantajosas. Mas, para conceder este empréstimo é necessário adiantar alguma parcela, enviar alguns dados pessoais e/ou financeiros.
Uma vez em posse destes dados, é fácil para os criminosos tomarem empréstimos em nome do aposentado.
2 – A segunda maneira é ainda mais complicada de se proteger, os criminosos aproveitam de vazamento de dados e outras fraudes na internet para coletar dados dos aposentados e contrair os empréstimos.
3 – Bancos em que o aposentado já contraiu empréstimos, ou seja, que já possuem os dados da vítima, simplesmente lançam novos empréstimos em nome dos aposentados. Como as parcelas são baixas, muitas pessoas sequer percebem.
Em todos os casos, os empréstimos tendem a ter parcelas pequenas, desta forma é menos provável que o aposentado perceba a fraude.
Como se prevenir?
A primeira parte do problema pode ser resolvida de maneira simples: nunca contrate um serviço bancário por whatsapp ou telefone, utilize sempre o aplicativo do banco ou vá à agência.
A segunda parte já é mais complexa, alguns vazamentos de dados nunca são trazidos ao público e dificilmente sabemos quando fomos vítimas de golpes na internet, por isso, o melhor que pode ser feito é conferir o extrato do benefício mensalmente.
Por fim, lembre-se de jamais passar informações pessoais ou financeiras caso tenha a mínima suspeita do contato.
Como saber se você foi vítima?
A única maneira de ter certeza se você foi ou não vítima é olhando o extrato do seu benefício, lá você verá todos os descontos que foram feitos no benefício, caso encontre algum desconto indevido, você deverá seguir os passos que vamos cobrir no próximo tópico.
O que fazer caso tenha sido vítima?
Se você identificou descontos indevidos no seu benefício você deve fazer o seguinte:
1 – Comunicar o INSS
Pela plataforma “Meu INSS” deve ser possível realizar o bloqueio do empréstimo.
2 – Fazer um boletim de ocorrências
3 – Entrar em contato com o banco
O 3º passo é entrar em contato com o banco, para solicitar o cancelamento do empréstimo e/ou a devolução do valor pago.
É responsabilidade do banco garantir a segurança dos bens do aposentado, bem como garantir que todas as contratações de empréstimos e demais serviços ocorram da maneira correta.
Logo, se houve uma contratação fraudulenta, mesmo que realizada por terceiro que não tenha relação com o banco, a instituição financeira ainda é responsável pelo erro frente ao consumidor, pois deveria ter tomado mais cuidados para certificar a veracidade do pedido.
Infelizmente, é comum os bancos não serem cooperativos e ser necessário entrar com um processo para reaver os valores.
4 – Procurar um advogado
Reforçamos que, antes de procurar um advogado, tente resolver o problema diretamente com o banco.
Se não for possível resolver de maneira amigável, a vítima pode ter direito a:
- Reparação do dano: receber a soma dos descontos que ocorreram
- Reparação Dobrada: como os descontos foram indevidos, o consumidor tem direito a restituição dobrada caso não seja comprovado que houve erro justificável por parte do banco;
- Danos Morais: caso o empréstimo indevido tenha causado algum dano além do próprio dinheiro perdido, como por exemplo, uma inscrição no SPC/Serasa, impossibilitou a compra de bens essenciais, ou ainda, obrigou o aposentado a contrair empréstimos para saldar suas despesas, pode ser devido dano moral, este ponto varia de caso a caso.
Procure seu advogado de confiança para saber qual o melhor caminho a seguir.